Nos últimos meses, venho refletindo com mais peso sobre os rumos da Justiça no Brasil. A sensação é de que estamos vivendo uma distorção perigosa da realidade, onde cidadãos comuns são tratados como criminosos e criminosos como vítimas do sistema. E não falo aqui de teoria da conspiração ou de narrativas políticas, falo de fatos. 3b2z5i
Débora, por exemplo, foi condenada a 14 anos de prisão. O crime? Pintar uma estátua com batom durante um protesto. Não houve violência, não houve ameaça. Ainda assim, a punição foi dura, implacável, desproporcional. O humorista Léo Lins, por sua vez, enfrenta a possibilidade real de cumprir uma pena de oito anos por causa de uma piada postada no YouTube.
E aqui surge uma pergunta inevitável: a piada não se encaixa nos padrões relativos de liberdade de expressão, mas música sim? Se Poze e Lins são artistas, por que apenas o rapper está solto? Isso não é sobre liberdade de expressão, é sobre uma justiça parcial, que beneficia o crime e cala o cidadão comum.
Enquanto isso, assistimos à libertação de traficantes e corruptos. Políticos condenados por esquemas bilionários de corrupção estão soltos. Figuras como MC Poze, que já declarou fazer parte do Comando Vermelho, maior facção criminosa do país, seguem exaltadas como representantes da “cultura periférica”. Cultura ou narcocultura?
Agora veja o contraste: o rombo do INSS já ultraa 6 bilhões de reais, afetando diretamente aposentados e pensionistas. Dinheiro desviado, vidas prejudicadas, e ninguém preso. A resposta do governo? O presidente pediu calma. Sim, calma! Para o trabalhador que viu seu benefício sumir no ralo da corrupção, só resta indignação e a conta para pagar.
Há algo de muito errado quando um país pune com rigor o cidadão que erra na declaração do imposto de renda, mas fecha os olhos para o assalto institucionalizado. Quando prende manifestantes, mas libera quem comanda o tráfico e espalha terror nas comunidades.
Não me espanta que muitos brasileiros se sintam inseguros para opinar, protestar, questionar. O medo da perseguição jurídica é real. A liberdade de expressão virou um campo minado e quem pisa fora da linha é esmagado.
Essa coluna não é um grito ideológico. É um alerta. A Justiça não pode ser seletiva. Quando ela perde o equilíbrio, perde também a confiança do povo. E um país onde a Justiça se torna instrumento de repressão seletiva deixa de ser uma democracia, vira uma estrutura a serviço do medo e do poder.
E eu, sinceramente, não quero viver num país onde fazer piada dá cadeia, mas fazer parte de facção criminosa dá like.